domingo, 28 de março de 2010

Tais palavras…

Podem ser apenas mais poucas palavras

Mas em seu instinto, lhe toca a alma.

Não a cobro que me queiras,

Porque se ousasse, me olharias de outra maneira…

  

Se pedisses que fosse outro,palavras

A atenderia.

Se pedisses meu consolo,

A satisfaria,

me completaria…

  

Porque nada escurece minha alma,

Além da tua ausência;

E nada preenche esta lacuna,

Nada além de minha interna turbulência.

  

O estado de minha alma, que distorce nossa existência

Borra a realidade, sonhos loucos, perturbada consciência

Assim, tenho-te em meu flanco, espero-te a cada dia.

E o desespero que me preenche ao passar do tempo,

nada mais é que uma lucidez tardia.

  

Por isso tudo e mais um pouco

(Berros desse desespero que me deixa louco)

Tais palavras nunca são ditas

Porque se fossem, seriam de importância pequena e mesquinha.

  

Se te tocas no âmago

E pesa-te em tua consiência,

Não ouvirás de minha boca tal veemência

Nem imponharei a ti tal castigo.

  

Tais palavras não são ditas.

A tua doce pele nunca me acaricia.

Tais palavras são sagradas.

Doce consolo que, sozinho, me afoga as mágoas.