Podem ser apenas mais poucas palavras
Mas em seu instinto, lhe toca a alma.
Não a cobro que me queiras,
Porque se ousasse, me olharias de outra maneira…
Se pedisses que fosse outro,
A atenderia.
Se pedisses meu consolo,
A satisfaria,
me completaria…
Porque nada escurece minha alma,
Além da tua ausência;
E nada preenche esta lacuna,
Nada além de minha interna turbulência.
O estado de minha alma, que distorce nossa existência
Borra a realidade, sonhos loucos, perturbada consciência
Assim, tenho-te em meu flanco, espero-te a cada dia.
E o desespero que me preenche ao passar do tempo,
nada mais é que uma lucidez tardia.
Por isso tudo e mais um pouco
(Berros desse desespero que me deixa louco)
Tais palavras nunca são ditas
Porque se fossem, seriam de importância pequena e mesquinha.
Se te tocas no âmago
E pesa-te em tua consiência,
Não ouvirás de minha boca tal veemência
Nem imponharei a ti tal castigo.
Tais palavras não são ditas.
A tua doce pele nunca me acaricia.
Tais palavras são sagradas.
Doce consolo que, sozinho, me afoga as mágoas.